A produtividade na lavoura é uma das principais metas de todo produtor rural. Para alcançá-la, é preciso trabalhar com técnicas inovadoras de plantio, como, por exemplo, o consórcio com milho.
Esse método pode ser realizado com diversas espécies de milho, e viabiliza o aumento de nutrientes no solo e a melhor adaptação, conservação e aproveitamento das culturas. Quer saber mais?
Acompanhe este artigo e descubra como funciona o consórcio de milho. Conheça também 3 modelos para aplicar em sua lavoura. Confira!
Conhecida também como consorciação, o consórcio de culturas consiste no plantio de uma ou mais espécies de plantas distintas que dividem a mesma área. No caso, as espécies podem ser plantadas simultaneamente ou em períodos diferentes definidos estrategicamente. É o caso do milho, que como veremos mais adiante, pode crescer cercado pelo feijão ou cana.
O consórcio de culturas permite utilizar o solo de forma maximizada, pois ao invés de plantar uma única espécie no local, ele aproveita os espaços livres ocupando-os com outras plantas.
Também há uma melhora na conservação do solo, uma vez que a presença de duas ou mais espécies com diferentes características fisiológicas e químicas faz com a terra fique menos propensa a perdas por erosão.
Ainda é preciso considerar o aumento do potencial produtivo da área, pois com maior cobertura de matéria viva e morta, durante mais tempo, ela passa a ser mais nutritiva.
Uma espécie cultivada sozinha demanda mais defensivos agrícolas do que as variedades criadas em consorciação. Isso porque as pragas e ervas daninhas se proliferam mais facilmente quando não há interferência de outras plantas.
Assim, o consórcio de culturas auxilia no controle desses ataques, já que cria uma rede de competição de nutrientes e predadores benéficos às espécies típicas da lavoura.
Também, o consórcio de culturas, ajuda a maximizar o aproveitamento de água, uma vez que a mesma fica mais tempo no solo quando há presença de espécies cultivadas simultaneamente. Uma vantagem realmente significante para regiões do Brasil onde há pouca chuva.
Esse tipo de consorciação é mais comum na agricultura familiar e trata-se de plantar o feijão nas linhas e entrelinhas do milho. O feijão pode ser semeado ao mesmo tempo com o milho, tanto na hora do plantio deste ou quando já estiver crescido.
Além do feijão, podem ser consorciadas com milho outras leguminosas, tais como crotalária e mucuna anã. Esse tipo de consórcio produz significativo aporte de nitrogênio no solo.
Muito comum na região Centro-Oeste do Brasil, a consorciação de milho com capim braquiária traz muitos benefícios para a lavoura. Dentre eles estão a proteção e aumento de nutrientes do solo.
Isso se deve ao ciclo de vida da braquiária, planta que cresce para além da colheita do milho, fazendo com que o solo fique protegido no período chuvoso da primavera, o qual geralmente causa bastante erosão na superfície.
Para fazer esse consórcio, pode-se plantar a braquiária antes ou durante a semeadura do milho e o plantio deve ser feito nas linhas e entrelinhas do milho.
A partir dessa consorciação, a braquiária pode usada para pastejo, já que animais de um a dois anos de idade podem consumir a braquiária para aumentar o peso. Ainda mais durante os meses de agosto e outubro, quando geralmente há baixa disponibilidade de pastagem na região central do Brasil.
Geralmente, esse tipo de consórcio não é bem visto pelos produtos, mas recentemente a Embrapa realizou um estudo que comprovou os benefícios dessa fusão para o mercado de cana.
Experimentos feitos pela Embrapa Cerrados (Planaltina- DF) mostraram o aumento da produtividade da cana de açúcar quando consorciada com milho.
Observou-se que a cana plantada sozinha, em março de 2016, produziu 114 TCH (Toneladas de Colmos por Hectare). Já a consorciação cana e milho, plantada em novembro de 2015, gerou 127 TCH. Além disso, os testes apontam que a produtividade do milho não foi prejudicada pelo consórcio.
Outra descoberta foi a de que esse tipo de consórcio pode antecipar o plantio da cana que tradicionalmente era plantada no fim do período chuvoso. Como o consórcio proporciona excelente brotação, a cana pode ser plantada no início do período chuvoso.
Nesse sentido, o produtor pode aumentar a área de cana que era plantada no fim do período chuvoso, intensificando o plantio de cana consorciada com milho no início das chuvas. Assim, evitam-se complicações inerentes ao cultivo da cana nesse período, como por exemplo, a erosão do solo.
Essas foram algumas informações sobre os consórcios com milho. Para obter ainda mais benefícios dessa técnica de plantio, é interessante aproveitar as tecnologias proporcionadas pela agricultura de precisão, como por exemplo, os sistemas integrados de monitoramento que podem ajudar na tomada de decisões.
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